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Pedagoga com habilitação em gestão educacional,especialista em Tecnologias e Novas Educações,líder regional dos grupos: evangelização e universitários da IURD,professora da Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esportes e Lazer de Salvador e uma serva do Senhor JESUS.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

RESENHA DO LIVRO: ALÉM DAS REDES DE COLABORAÇÃO internet, diversidade cultural e tecnologias do poder

Pretto, Nelson De Luca. Além das redes de colaboração: internet, diversidade cultural e tecnologias do poder/ Nelson De Luca Pretto, Sérgio Amadeu da Silveira: organizadores. – Salvador: EDUFBA, 2008. 232 P.

Nelson De Luca Pretto nasceu no Rio Grande do Sul e passou a residir na Bahia aos 11 anos de idade é Licenciado em Física pela Universidade Federal da Bahia, Mestre em Educação também pela UFBA e Doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo. É professor associado da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia, Coordena o grupo de pesquisa Educação, Comunicação e Tecnologias. Foi diretor da Faculdade de Educação de UFBA por dois mandatos e é o editor da Revista da Faced. Com prolífera carreira no magistério, Nelson Pretto tem sido um pesquisador de intensa produção teórica, reconhecimento nacional e grande capacidade criativa nas áreas de educação, comunicação e informática, com contribuições importantes na televisão educativa / Sergio Amadeu da Silveira Graduado em Ciências Sociais, mestre em Ciência Política pela. Atualmente, professor permanente da Faculdade de Comunicação Social Casper Líbero. Tem experiência na área de Tecnologia da Informação e Política Tecnológica. A Comunicação Mediada por Computador e a teoria da propriedade dos bens imateriais. Desenvolve trabalhos nos seguintes temas: inclusão sociodigital, tecnologia da informação e comunicação, economia informacional, cidadania digital e internet.

O Livro “Além das redes de colaboração: diversidade cultural e as tecnologias do poder” escrito por Nelson De Luca Pretto, Sérgio Amadeu da Silveira e organizadores, contêm 232 páginas, e foi produzido em 2008. Após uma coletânea de diversos textos de diversos autores: ativistas, militantes, pesquisadores e intelectuais do Brasil e da América Latina.  O mesmo é fruto de um Fórum Internacional de Software Livre que aconteceu em 2007, no Rio Grande do Sul e Norte, através de encontro presencial e chats. Que buscou a decodificação das tendências culturais contemporâneas, em suas expressões artísticas, tecnocientíficas e político-ideológicas. Para debater os padrões contemporâneos de emancipação, e discutir o atual aprisionamento das subjetividades, ou seja, os riscos e exageros do controle do conhecimento e da informática de dominação, além de alertar sobre a ampliação do compartilhamento e simultaneamente combatida pela expansão da propriedade sobre a cultura e pela ideologia da neutralidade tecnológica. A proposta foi trabalhar a contradição entre as possibilidades de criação e disseminação culturais inerentes às redes informacionais, jamais construídas na história da humanidade e as tentativas de manter a inventividade e a interatividade sob o controle dos velhos modelos de negócios construídos no capitalismo industrial.

Os autores procuram compreender as relações que não pertencem ao senso comum, mas que precisam propagar-se no cotidiano das discussões sociais, uma vez que nos parece ser fundamental promover contextos comunicacionais em que possamos esclarecer uma série de conexões, que antes eram vistas como tipicamente técnicas, no esforço de ampliarmos as competências comunicativas da sociedade, com a finalidade de requalificar a esfera pública em uma era informacional, da cibercultura e da biopolítica, em uma sociedade em rede em conflito reconfigurante com a expansão de um capitalismo cognitivo.

A idéia principal da obra é mostrar as possibilidades e potencialidades das recombinações e as relações entre coisas aparentemente distintas e distantes. Politizando as tecnologias: como as redes reconfiguram a sociedade, a educação e a cultura. Através de diversos textos de diversos autores, desta forma, as reconfigurações e recombinações tecnológicas estruturadas pela sociedade informacional, o decifrar nos códigos, nas arquiteturas de rede, nos protocolos e padrões tecnológicos e as determinações políticas com suas implicações socioculturais, da sociedade potencialmente hiperconectada, a cultura vive as possibilidades da colaboração, do ativismo em torno do compartilhamento do conhecimento e, simultaneamente, os conflitos nascidos das tentativas de controle e manutenção da velha indústria cultura, o que se buscou foi estabelecer a relação da educação com as tecnologias, com as novas exigências para a formação ética e para a autonomia política.

Para os autores, a expressão máxima da era informacional prolifera no ciberespaço uma cultura da remixagem, as grandes companhias do mundo industrial lutam pelo controle dos códigos. O avanço das práticas recombinantes na rede é contraposto com as medidas de enrijecimento e controle da propriedade das idéias. Uma intensa articulação entre os elementos que compõem um dos mais importantes embates da era informacional, entre os defensores da liberdade do conhecimento e os agentes dos instituídos modelos totalitários, concentradores de riqueza e poder, foi buscada ao longo dos debates que alimentaram este livro a discussão que passa, necessariamente, pelo terreno do controle dos códigos, sejam eles conhecimentos sobre as formas de reprodução da vida, sejam algoritmos de intermediação da comunicação humana.

Segundo os autores, as redes digitais estão transformando modos, práticas, costumes, realidades virtualizadas, alternativas lúdicas, a intensificação da interatividade demonstram que as formas de apreciação das artes e o entretenimento passivo estão sendo substituídos pelo ativismo lúdico nos games, nos filmes-processos, na montagem distribuída e colaborativa de obras de tecnoarte. Surgem novas possibilidades e conflitos do audiovisual, da produção musical, da literatura distribuída, dos softwares abertos e livres, das simulações em um ambiente crescentemente permeado pela cultura da convergência e pela mobilidade crescente. Diante da esfera pública conectada, o digital reinventa e impacta a instituída mídia e suas expressões analógicas a transformação dos espaços por onde transitam as ondas de rádio em vias públicas, a superação das formas analógicas de distribuição de freqüências radioelétricas, pensadas para a realidade tecnológica e política do início do século XX.

Propõe tratar o espectro não como uma propriedade privada ou concedida a agentes privados, mas como uma via pública na qual todos poderão transitar. O digital permite questionar a escassez do espectro e fragiliza a idéia de interferência e ruído. Em tempos de intensa digitalização da produção simbólica da humanidade, é preciso pensar a política de regulação e as transformações na esfera pública, que agora vai constituindo-se como a conexão de espaços móveis, locais-transnacionais e espacialmente distribuídos. Nesse contexto, buscou-se superar a discussão da montagem de uma TV digital dentro dos marcos do analógico, pensando como a cultura da convergência pode contribuir na formação de uma rede pública de “envio-e-recebimento” de todos, a qual estará vinculada à crescente presença da web TV, bem como apontará a enorme dificuldade de manter a diversidade cultural em um cenário de crise da idéia de audiência e de riscos de predomínio da microprodução “do mesmo”.

A trajetória da evolução tecnológica no livro observa-se a Fase da indiferença onde a religião predominava como detentora do saber e da verdade, onde o homem era deixado de lado, e o desejo de muitos era punido, em seguida a Fase do conforto, onde a ciência substitui a religião no monopólio da verdade, e a tecnologia faz do homem um Deus na administração racional do mundo a fase do século testemunhou uma nova revolução na área da comunicação sentido único, dos produtores para um número indefinido de receptores potenciais. Fase da ubiqüidade, ubíqua (que se dá em toda parte) acaba gerando uma sensação de se estar onipresente. “A onipresença se dá pela possibilidade de estar conectado a vários espaços simultaneamente, surgindo a cibercultura da informação e da comunicação, através do acervo não-rossio, ou seja, onde temos o acesso livre para usá-los: através da conexão e iteração no espaço virtual. Diante da evolução e do espaço aberto, surgem os confrontos entre colaboração e competição a proteção dos direitos de cópia; e o controle de acesso precisou de Cultura digital e educação de redes já. Pois, convivemos com o modelo de pirâmide social, no qual uma grande base de excluídos sustenta alguns poucos privilegiados situados no topo da pirâmide socioeconômica, modelo esse que se repete, no caso do acesso ao chamado mundo da cibercultura. As propriedades e utilidades “dessas redes” têm servido como metáfora para a reflexão sobre princípios de organização social, política, econômica, cultural e educacional através do sistema midiático. Pois, a cultura digital é um espaço aberto de vivência dessas novas formas de relação social no espaço planetário. O exercício das mais diversas atividades humanas está alterado pela transversalidade com que se produz a cultura digital.

As dimensões de criação, produção e difusão de idéias são potencializadas pelo modo como as diferentes culturas se manifestam e operam na sociedade em rede, podendo se constituir naquilo que faz necessário. As novas tecnologias nos possibilitaram capturar e compartilhar o conhecimento mais facilmente, e inclusive nos permitiu aumentar essa coletividade criativa, trazendo cada vez mais grupos, mais indivíduos de diferentes culturas para a mesa criadora de idéias. Mas essas possibilidades cada vez nos propõem mais desafios: a exclusão, a exploração, a violência, o crime e a injustiça não podem ser vistos como fenômenos sociais sem a relação com as tecnologias, e as tecnologias não podem ser consideradas neutras ou não-afetadas.
Esta obra é recomendada para todos os profissionais da área educacional, comunicacional, social e tecnológica que visa uma tecnologia sem fronteira, sem exclusão, sem violência e principalmente sem a exploração dos ditos “donos” do poder e da informação.
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Sebastiana B.Vilas Boas. Pedagoga com habilitação em Gestão Educacional -Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Candeias FAC, Difusão do Conhecimento ( aluna especial 2005) UFBA, Especialização em Tecnologias e Novas Educações UFBA ( cursando), Professora da rede Municipal de Ensino de Salvador- SECULT.

Um comentário:

  1. Li alguns artigos do livro, mas na sua resenha a abordagem parece que ficou bem mais complexa.
    Parabéns pelo trabalho!

    http://patymichele.blogspot.com/2010/12/hora-da-geracao-digital-resenha-da-obra.html

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